A Catedral de São Salvador do Mundo ou Catedral Sé de Olinda é um templo católico localizado em Olinda, no estado de Pernambuco, sé da Arquidiocese de Olinda e Recife.[1]
Trata-se da maior igreja quinhentista do Brasil, e a mais antiga de Olinda, fundada em 1540.[2] Em Pernambuco, foi precedida apenas pela Igreja dos Santos Cosme e Damião de Igarassu, a mais antiga igreja brasileira de acordo com o IPHAN.[3]
Quase um terço da área total do município é tombado. A preservação desse sítio histórico começou na década de 1930, quando os principais monumentos foram protegidos por tombamento. A partir daí foram promovidas várias ações no sentido de preservar todo o patrimônio histórico, cultural e arquitetônico ainda existente no município. O sítio foi declarado Monumento Nacional pelo Congresso Nacional em 1980, e em 1982 foi reconhecido como patrimônio mundial pela UNESCO.[1]
Olinda foi a urbe mais rica do Brasil Colônia entre o século XVI e o início do século XVII de acordo com escritores da época como Pero de Magalhães Gândavo, chegando a ser referida como uma "Lisboa pequena", dada a opulência só comparável à da Corte portuguesa. Foi sede do Brasil colonial entre 1624 e 1625 por ocasião da primeira das invasões neerlandesas: Matias de Albuquerque foi nomeado Governador-Geral, administrando a colônia a partir de Olinda. A vila manteve-se próspera até a invasão holandesa à Capitania de Pernambuco, quando os neerlandeses, após retirar os materiais nobres das edificações para construir suas casas na capital da Nova Holanda (Recife), incendiaram Olinda. Com o término da Insurreição Pernambucana, Olinda voltou a ser a sede da capitania, porém sem a influência de outrora, o que ocasionou conflitos como a Guerra dos Mascates. Em meados do século XIX, a cidade deixou de ser a capital de Pernambuco.
Em que pesem a descaracterização de parte do seu casario histórico e a perda de diversos exemplares da arquitetura quinhentista com o ataque holandês, Olinda abriga dezenas de igrejas e conventos barrocos de inestimável valor histórico, e mantém o seu traçado urbano colonial. É uma localidade de grande relevo na história do Brasil.
Igreja da Sé em ruínas após o grande incêndio provocado pelos neerlandeses em 1631 no contexto da Invasão Holandesa, pelo pintor Frans Post
A primeira edificação destinada ao culto erguida no local da Sé atual era uma capela simples, construída na técnica da taipa de mão. Foi levantada entre 1537 e 1540, sendo dedicada a Jesus Cristo como Salvador do Mundo. Uma vez que a taipa é material de pouca resistência, a capela logo começou a decair, e foi substituída por outro templo em 1584, maior, de alvenaria e com várias capelas secundárias, erguido por iniciativa do Frei Antônio Barreiros, terceiro Bispo do Brasil.
Em 1591 foi acrescentada uma abóbada na capela-mor, obra de Braz da Mata, um português de Lisboa, e em 1599 a nave foi amplidada. Em 1616 foram construídas a sacristia e dependências anexas por Cristóvão Álvares, e pouco mais tarde foi elevada a Matriz de São Salvador do Mundo.
Com a invasão holandesa a igreja foi profanada e usada mesmo como estrebaria, e sua decadência se completou no incêndio que consumiu parte da cidade em 1631, da Matriz não restando quase nada. Depois da expulsão dos holandeses a cidade reergueu a igreja com grandes esforços, e as obras se prolongaram até o século XVIII. Neste ínterim, em 1676, com a criação do Bispado de Olinda, a antiga matriz foi elevada à condição de catedral.
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